O Processo Terapêutico é uma Vivência

O Processo Terapêutico é uma Vivência

Fazer ou viver a terapia? Um processo terapêutico, como o próprio nome diz é um processo, ou seja, é experienciado de forma gradual, processual. O que não significa, que seja algo inerte ou sem resultado.
Esse processo é construído por dois sujeitos, o terapeuta/analista e o paciente. É um trabalho conjunto e em dupla. Mario Jacoby, um autor junguiano, diz uma coisa muito interessante: “o terapeuta é um instrumento e precisa se colocar disponível para o processo interno do paciente”.

Nesse sentido, podemos pensar na metáfora do analista como um instrumento musical, que proporciona ressonância dentro do estilo e da maneira como esse instrumento é tocado. E quem toca essas teclas, o músico, é o paciente.
Temos então, essa imagem muito bonita, do processo terapêutico como uma composição a dois, o paciente aquele que toca as teclas e eu, a analista, como aquela que se coloca a serviço, tal qual um instrumento para ressoar a melodia interna do paciente.
Em um processo de análise, existe um ambiente facilitador para que você consiga escutar a sua música, ou seja, o que está ressoando aí dentro de você. Quais são as vozes, os ritmos, as intensidades que ressoam interna e externamente na sua vida.
Então, é com essa imagem que eu quero dizer que para além de fazer terapia, você precisa viver esse processo. Viver a curiosidade, a amabilidade e a entrega para mergulhar em lugares ainda desconhecidos, que em um primeiro momento pode dá medo, necessidade de se proteger, e está tudo bem, mas com o tempo essa música começa a ser ouvida e pode então, tocar a sua alma, o seu universo interno e compor um processo muito bonito e muito potente de transformação pessoal.

O que é Burnout ou Esgotamento Profissional?

O que é Burnout ou Esgotamento Profissional?

O que é o Burnout?

Se você está se identificando com os sintomas de esgotamento profissional, é importante identificar e buscar ajuda, pois os sintomas físicos e emocionais da chamada Síndrome de Burnout podem afetar todas as áreas da sua vida. Os adoecimentos relacionados as condições de trabalho são complexos e necessitam de um tratamento aprofundado que pode ser acessado por meio da psicoterapia online.

A chamada síndrome de Burnout é um conjunto de sintomas relacionados ao esgotamento físico e emocional do trabalhador. Se origina por meio da experiencia excessiva e prolongada de níveis de estresse (tensão) no trabalho. A palavra burnout vem do inglês (burn+ out) e se refere a esgotamento ou queima completa. Ou seja, é quando toda a sua energia vital, sua libido, chega em um ponto crítico de esgotamento, ainda que você se mantenha funcional.

Se você se identifica com os sintomas, saiba que você não está sozinho, cerca de 30% dos trabalhadores no Brasil são afetados pelos sintomas da chamada Síndrome de Burnout, segundo dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho. É um adoecimento relacionado ao mundo do trabalho, e, portanto, está atravessado pelas condições e as relações de trabalho atuais.

Em uma perspectiva estritamente clínica e individual, os sintomas físicos e emocionais mais comuns são: fadiga crônica, despersonalização, e a perda de eficácia no trabalho. Quem sofre pode perder o sentido e significado do seu trabalho. Assim, suas atividades tornam-se exaustivas, desumanizadas e desprazerozas. Os trabalhadores sentem-se descontentes consigo mesmos e insatisfeitos com seus resultados.

Como eu posso saber se estou sofrendo de Burnout?Ilustração de pessoa em estado de esgotamento profissional

Se você sente sintomas parecidos com depressão e ansiedade, fadiga, perda de desejo pelo trabalho e de sentido no que faz, você precisa buscar tratamento psicoterápico.

Mas não é necessário está em um quadro grave para buscar suporte profissional. Se você vem questionando sobre o sentido do seu trabalho, esse já é um tema que pode ser abordado no seu processo terapêutico.

Como a abordagem da Psicologia Analítica e a Arteterapia pode te ajudar?

“Eu não sou bom(boa) o bastante”, esse é um pensamento recorrente em quem sofre de esgotamento profissional. Na psicoterapia online vamos abrir espaço para essa voz autocrítica e identificar a causa e a finalidade desse adoecimento, tendo como caminho a reflexão sobre as suas necessidades físicas, emocionais e profissionais, dentro do seu contexto psicossocial. Além disso o processo terapêutico vai possibilitar um espaço seguro e técnicas para que você encontre estratégias e recursos (internos e externos) para redirecionar a sua relação com o trabalho.

O objetivo é impulsionar uma maior qualidade de vida a partir do (re)encontro com novos sentidos que possam emergir deste processo de dor emocional.

Você não é uma Inteligência Artificial

Abrace a sua humanidade. O primeiro passo é reconhecer e aceitar as próprias fragilidades ou limitações no trabalho. Na psicoterapia você será convidado a refletir sobre o que é sucesso, felicidade e performance profissional. Essa reflexão é importante para os possíveis enfrentamentos diante da pressão vinda das exigências no mundo do trabalho.

Rapunzel: complexo materno e os desertos iniciáticos da alma

Rapunzel: complexo materno e os desertos iniciáticos da alma

ARTIGO ACADÊMICO:

RESUMO:  Este breve artigo se propõe a fazer uma análise simbólica sobre o conto de fadas europeu A Rapunzel, publicado pelos irmãos Grimm, em 1815. A escolha pelo conto se deve à experiência clínica em que o conto foi abordado como fio condutor e mobilizador do processo terapêutico da paciente. Esta análise se faz à luz da Psicologia Analítica. Assim sendo, inicialmente farei uma breve contextualização sobre os contos de fadas nessa abordagem, em especial na visão do próprio Jung e da Von Franz e, em seguida, discorrerei sobre a análise do conto, dando ênfase a dois aspectos por mim elencados: os afetos referentes a relação mãe e filha, a partir do conceito de complexo materno e as paisagens do conto, em especial a imagem do deserto.

Para ler o artigo completo, acesse: https://www.cejaa.com/post/rapunzel-complexo-materno-e-os-desertos-inici%C3%A1ticos-da-alma

Para se Amar Basta Querer? Uma reflexão sobre o amor próprio

Para se Amar Basta Querer? Uma reflexão sobre o amor próprio

Muito se fala sobre amor próprio aqui nas redes. Observamos uma série de posts que falam a respeito da importância da autoestima.

Acredito que a grande maioria de nós (se não todos) desejamos nos amar ou ter essa autoestima tão abordada por aqui

Mas, observo no consultório que a pergunta continua ecoando: Como?

Parece que querer não é o bastante para se amar

 

Quais são os alicerces para a auto estima?

Quando não houve referência da aceitação amorosa no contexto familiar, em especial na nossa infância, o amor próprio pode se tornar muito desafiador.

A base da construção da autoestima é a confiança. Precisamos sentir seguros de que, mesmo diante das nossas falhas, as pessoas mais importantes para nós, continuam ali, nos amando. Quando essa confiança é abalada, em especial na infância, fica faltando uma peça fundamental para a percepção amorosa de quem somos.

Quando a experiência do desamor é intensificada nas relações pessoais e sociais, é aí que se amar passa a parecer quase uma utopia.

No conto O Patinho Feio, observamos uma metáfora que aborda a experiência da rejeição. Se a gente for ler o conto original, escrito por Hans Christian Andersen, vamos notar que na narrativa, a experiência da rejeição começa antes mesmo do nascimento do personagem.

A ausência da percepção de acolhimento e aceitação, faz com que o Patinho Feio não se reconheça e duvide de si mesmo. Foi necessário, encarar o medo da dor da rejeição e arriscar um encontro com os Cisnes, para que ele pudesse finalmente reconhecer a sua identidade. É neste momento, no conto, que ele olha para si mesmo no espelho da água. O reflexo dele sempre esteve ali, afinal ele vivia na água também, mas ele só percebe quando encara a ferida da dor.

 

Mas, e como faz para ter amor próprio?  Você deve estar se perguntando…

Não tem uma fórmula, mas alguns contos como esse, O Patinho Feio, oferecem uma metáfora. E isso não é pouco, por que uma metáfora é uma experiência muito mais rica do que uma receita pronta, por exemplo.

Para construir o amor próprio, quando não tivemos o fundamento ou referências adequadas na nossa vida para a essa percepção, é necessário enfrentarmos as feridas deixadas por experiências sentidas como: abandono, inadequação, rejeição, insegurança etc.

Sabe aquele lindo “cisne” que você admira e te faz suspirar como quem pensa: “a vida seria mais fácil se eu fosse como fulano”. Então, a boa notícia é: o Cisne é você. Por de baixo da dor advinda do sentimento de desamor, o Cisne está lá. Mas assim como o personagem Patinho Feio, não é fácil enxergar o Cisne em si mesmo.

 

Um sim todos os dias que for possível

A auto estima é, para muitos, um processo de construção diária que pode ser fortalecido com um sim a si mesmo todos os dias que for possível. Não é receita, mas esse é um bom começo: um sim a si mesmo e uma dose de coragem. Porque é com coragem que a gente se olha no espelho e diz sim para si mesmo, apesar de todas as nossas imperfeições.

Um sim para si mesmo pode ser: um carinho, um abraço, um elogio, uma comemoração, um reconhecimento, um descanso que você dá para si mesma (o/e), diante de uma situação que te diz não. Qual é o seu sim?

Quer saber mais sobre o Patinho Feio? Conheça a história aqui.

 

Imagem: Ismail Zaidy

 

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E Quando a Ansiedade Chegar?

E Quando a Ansiedade Chegar?

A ansiedade é um sintoma que afeta um número cada vez maior de pessoas e já é considerado por  alguns como o mal do século. Neste artigo vou tratar, de forma breve, sobre esse sintoma na perspectiva junguiana. Vou também fomentar algumas reflexões que podem ser ferramentas úteis para quando a ansiedade chegar.

 

A ansiedade em número e suas definições:

Temos visto pesquisas que alertam sobre os índices de ansiedade e depressão no Brasil e no mundo. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas: 9,3% da população. Há também outros índices alarmantes sobre a saúde mental dos brasileiros, já que uma em cada quatro pessoas no país sofrerá com algum transtorno mental ao longo da vida.
O Transtorno de Ansiedade Generalizada é definido no CID – Código Internacional das Doenças – como uma ansiedade caracterizada por medo ou preocupação excessiva persistente, ou seja, que não se limita a uma situação específica.

Neste breve artigo, vou abordar o tema me atendo ao olhar simbólico sobre o sintoma, metodologia que é característica da psicologia de Carl Gustav Jung. Sendo assim, não vou explorar as dimensões sociais e culturais relacionadas a esses índices de ansiedade, que podem ser acessadas nos estudos sobre saúde pública.

Pela definição do CID mencionada acima, observamos que a ansiedade generalizada se caracteriza por um padrão de previsão de ameaça futura que ocorre de forma permanente. Proponho que a pensemos como uma experiência que produz sintomas físicos e emocionais.

 

A experiência ansiosa

 Em uma experiencia intensa de ansiedade, o coração geralmente bate mais acelerado, o peito aperta e o estomago pode doer. A respiração fica encurtada e a sentimento é que o pior pode ou vai acontecer, você concorda?

Essa experiência em si não é boa nem ruim. (Mas, como assim não é ruim? Você pode estar se perguntando). Esses sintomas refletem um mecanismo de defesa para alguma ameaça futura. O que devemos nos perguntar é: porque a vida ou algum aspecto dela se tornou tão ameaçadora para mim ao ponto de eu ter que erguer “tantas armas”? Do que, afinal, eu estou me defendendo? Ou de quem?

Do ponto de vista social, temos uma questão de saúde pública que pode refletir as condições de seguridade social brasileira. Por outro lado, do ponto de vista da prática clínica, observamos que essa experiência pode estar associada a experiências já vivenciadas pelo sujeito.

Viver a ansiedade de forma constante é semelhante a estar permanentemente com um radar ligado e pronto para detectar qualquer mínimo sinal de ameaça. Perdemos a confiança na vida e em nós mesmos, e assim, sob o julgo do medo, deixamos de fluir com o movimento desta. Desse modo, o medo paralisa e a ansiedade aumenta ainda mais.

 

Estado de alerta

A ansiedade pode ser o medo de algum evento externo, mas também pode ser o medo de algum evento interno. Explico aqui: podemos ficar ansiosos quando estamos sendo ameaçados internamente. Ou seja, quando aquele sentimento difícil de suportar me espreita e ameaça me “devorar” por completo.

Esse aspecto interno que parece que vai nos tomar de assalto, é denominado por Jung de complexo. Para o autor, os complexos são conteúdos inconscientes responsáveis pelas perturbações da consciência. São conteúdos que possuem autonomia relativa (STEIN, 2006), e produzem formas de pensar e agir que não são compatíveis com a consciência.

Se aquilo que te causa medo, e por consequência, ansiedade, é um sentimento, um afeto, uma lembrança, então, a ameaça reside dentro. E, o “tal radar” pode achar que o motivo é um evento externo, já que, por associação ou semelhança, um evento externo pode acionar o afeto de uma experiência já vivida.

Se o “inimigo” reside dentro (ou reside também dentro), de quem eu estou me defendendo, afinal?

 

Perguntas para se fazer:

Se você se sente assim, te convido a pausar estar leitura e a se fazer as seguintes perguntas:

* Porque o futuro me assusta tanto? Quando foi, na minha vida, que eu tive medo que algo acontecesse e me senti completamente desamparado? Esse medo antigo tem alguma relação com o medo de hoje?

* Se pergunta ainda: Eu tenho medo do que eu não posso controlar? E, onde mora a minha necessidade de controlar um sentimento ou o porvir?

Escrevas as respostas em um papel de forma espontânea, deixando as palavras apenas escorrerem pelo papel. É provável que, ao tentar controlar para “se livrar” da ansiedade, você continue sendo tomado por ela, já que o mecanismo de defesa contra aquilo que é ameaçador vai ficando cada vez mais “aprimorado”. Oriento que experimente começar a dialogar. Esse encontro com o medo e com a ansiedade, é potente e transformador, ainda que possa ser difícil.

E, se difícil for, busque auxílio na psicoterapia . Tanto nos atendimentos presenciais quanto na psicoterapia online, o meu trabalho é proporcionar esse encontro com segurança e acolhimento.

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Contos do Deserto: as histórias da tradição oral sufi à luz da Psicologia Analítica

Contos do Deserto: as histórias da tradição oral sufi à luz da Psicologia Analítica

Contos do Deserto: as histórias da tradição oral sufi à luz da Psicologia Analítica

Tales from the Desert: the stories of the Sufi oral tradition in the light of Analytical Psychology

Raquel Trindade Andrade¹

Resumo: Este trabalho aborda a temática dos contos de tradição oral, em especial sua função na tradição Sufi. O objetivo é lançar um olhar sobre os chamados contos de ensinamento pela ótica junguiana. O problema levantado é oriundo da seguinte pergunta: Os contos de ensinamento da tradição Sufi podem ser utilizados como recurso terapêutico na perspectiva da Psicologia Analítica? O estudo investiga a questão a partir do quadro teórico e conceitual dessa perspectiva, especificamente em referência às obras de Jung e Von Franz que abordam a temática dos contos de fadas. A referência utilizada não se furta ao diálogo com alguns autores que se relacionam com o campo da arte-educação e com a perspectiva sufista sob a ótica de Idries Shah. Os procedimentos metodológicos utilizados são a pesquisa bibliográfica e documental. Em conclusão, afirma-se que os contos de ensinamento da tradição Sufi são um importante recurso terapêutico, porque possibilitam o que Jung denomina de “função transcendente”. Os símbolos presentes na narrativa podem mediar o diálogo entre o consciente e o inconsciente, podendo proporcionar outros estados de consciência, por meio de uma saída criativa para a problemática pessoal.

Abstract: This work addresses the theme of tales of oral tradition, in particular their function in the Sufi Tradition. The aim is to look at the so-called teaching tales from a Jungian perspective. The problem raised comes from the following question: can the teaching tales of the Sufi Tradition be used as a therapeutic resource from the perspective of analytical psychology? The study investigates the issue from the theoretical and conceptual framework of Jungian Psychology, specifically in reference to the works of Jung and Von Franz that address the theme of fairy tales. The reference used does not shy away from the dialogue with some authors who are related to the field of art education and the Sufi perspective from the perspective of Idries Shah. The methodological procedures used are bibliographical and documentary research. In conclusion, it is stated that the teaching tales of the Sufi Tradition are an important therapeutic resource, because they enable what Jung calls the “transcendent function”. The symbols present in the narrative can mediate the dialogue between the conscious and the unconscious, and can provide other states of consciousness, through a creative way out of personal problems. 

¹ Assistente Social, arteterapeuta, escritora. Assistente social pela UERJ; pós graduada em Serviço Social e
Saúde; mestre em Políticas Públicas e Formação Humana – PPFH/UERJ; arteterapeuta pelo INCORPORAR-TE;
especialista em Psicologia Analítica pelo IJEP. Arteterapeuta filiada à AARJ – 1154/122. Lattes aqui

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