A Psicologia Analítica considera que há o aspecto psíquico da criança em nós. Ou seja, os sentimentos, pensamentos e necessidades da criança que fomos podem permanecer como um núcleo afetivo e influenciar as atitudes do adulto.
Erich Neuman fala que para crescer, para amadurecer, para se desenvolver psiquicamente, para se separar da fusão com a mãe, é preciso ainda ter recebido o bastante, sido alimentado, tocado, acariciado, amamentado e, sobretudo, ter sido amado o suficiente. Do contrário, o psiquismo procura voltar a esse impossível paraíso perdido, tende a regredir para situações de falta ou situações traumáticas.
É por isso que na psicoterapia é importante observar a origem de determinados comportamentos. Contudo, conhecer a origem não é o bastante, é necessário que o adulto repare a própria história e que, em seu processo, vá integrando todo o conteúdo advindo da infância.
Mas como isso é possível? Dialogando com esta “criança” no contato consigo mesmo e no processo psicoterapêutico. Compreendendo quais foram suas necessidades supridas ou reprimidas. Quais as dores, traumas, reconhecendo e acolhendo o que tiver que vir. É importante entrar em contato para sentir quais os potenciais “essa criança” podem despertar no adulto hoje.
Após esse movimento, podemos nos voltar para o adulto e, assim, obter um olhar mais maduro e próprio sobre os conteúdos da criança.
No aspecto psíquico da criança que fomos, não entramos em contato somente com sentimentos dolorosos como abandono. Todxs nós podemos encontrar qualidades tais como criatividade, espontaneidade, leveza e habilidades.
Referências: Neumann, Erich. A Criança: Estrutura e Dinâmica da Personalidade em Desenvolvimento desde o Início de sua Formação. Editora Cultrix: São Paulo, 1995.
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